Por que muitos SOCs estão se afogando em alertas rasos — e como resolver isso
- Guilherme Bidin
- 6 de jun.
- 3 min de leitura
O SOC (Centro de Operações de Segurança) é o coração da defesa cibernética de muitas empresas. Mas, em diversas operações que acompanhamos de perto, ele acaba sobrecarregado com uma enxurrada de alertas superficiais — e perde o foco no que realmente importa para o negócio.
Aqui na Cyberse, oferecemos treinamentos especializados para profissionais que atuam em SOCs. Nossos instrutores são gestores com experiência prática em administrar e implementar operações de segurança 24/7, e é com base nesse repertório que identificamos os dois principais pontos que comprometem a eficiência de um SOC — e como você pode lidar com eles de forma prática.
1. Alinhe o SOC com as necessidades do negócio
Esse é, sem dúvida, um dos erros mais comuns: montar uma operação que monitora tudo… menos o que realmente importa.
Ao implementar um SOC, é comum começar pelas integrações mais simples: Active Directory, antivírus, firewall, EDR… Tudo isso já vem pronto para conectar com o SIEM, e logo os alertas começam a surgir. O problema? Nem sempre esses alertas têm impacto real no negócio.
Vamos dar um exemplo: um alerta indicando uma conexão do NGFW com uma URL maliciosa. Claro, isso precisa ser investigado. Mas, em muitos casos, outras camadas da arquitetura já bloquearam essa conexão — o que reduz o risco real. Se a operação estiver ocupada demais tratando esse tipo de alerta, pode acabar perdendo o foco em riscos realmente críticos.
Agora, imagine que sua empresa depende de uma plataforma web onde clientes e parceiros interagem. Um ataque bem-sucedido a esse sistema pode paralisar todo o negócio. Mesmo assim, muitos SOCs não priorizam a integração com esse tipo de aplicação, muitas vezes por falta de visibilidade, planejamento ou envolvimento das equipes de desenvolvimento.
Sim, é mais trabalhoso integrar sistemas críticos do que ativar logs de soluções prontas. Mas é justamente por isso que você precisa começar por eles. Monitorar o que é mais difícil, mas mais importante, te garante a tranquilidade de saber que, se algo realmente grave acontecer, você será alertado a tempo — e poderá reagir.
2. Crie um padrão mínimo de qualidade nas tratativas
O segundo ponto crítico está dentro do próprio time: como garantir que todo incidente será tratado com o mesmo nível de qualidade, independentemente de quem esteja de plantão?
Em toda operação 24/7 existe uma mistura de perfis: estagiários, analistas juniores, plenos, engenheiros sêniores… e todos lidando com os mesmos tipos de incidentes. Não dá para esperar que todos atuem como especialistas. Mas dá, sim, para criar um padrão mínimo de tratativa.
A dica é clara: documente procedimentos. E antes que você pense “mas cada incidente é único”, a verdade é que quase toda análise segue uma lógica comum.
Vamos pegar um exemplo simples: os alertas de Risky Sign-in da Microsoft. A tratativa, em geral, segue passos parecidos:
Analisar o histórico de autenticação do usuário.
Verificar se a origem da conexão é comum ou suspeita.
Entender o comportamento do usuário após a autenticação.
Avaliar se houve acesso incomum a sistemas ou dados.
Essa estrutura pode — e deve — ser documentada, orientando o analista, seja ele júnior ou sênior, a seguir uma linha de raciocínio consistente. Além disso, é possível mapear as ações recomendadas para cada tipo de alerta: bloquear, notificar, investigar mais a fundo etc.
Com isso, você garante que o SOC esteja sempre operando com qualidade, mesmo com diferentes níveis de experiência no time.

Em resumo
Esses dois pontos — alinhamento com o negócio e padronização das tratativas — são fundamentais para que um SOC seja realmente eficiente. E o mais importante: que esteja pronto para proteger aquilo que mais importa.
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